A Vale comunicou ao Sindicato Metabase Carajás nesta quinta-feira (23) que implementará a medida de férias coletivas a 149 trabalhadores na Mina do Sossego a partir do dia 13 de junho de 2024, em consequência da interdição provocada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas).
É necessário lembrar que exatamente nesta data de hoje, 23 de maio, 108 trabalhadores da Mina de Onça Puma entram efetivamente no mesmo processo de férias coletivas.
Além da preocupação com a ameaça de demissões, a Vale cancelou processo de recrutamento para contratação de 130 trabalhadores em Onça Puma e 115 no Sossego.
Esta medida adotada pela empresa é o primeiro passo na contenção de custos para enfrentar a queda da receita com a paralisação da produção. Inicialmente temos os trabalhadores com o emprego preservado em um período que já é de direito, mas que atropela todo o planejamento para descansarem ou viajarem com suas famílias nas férias. Após o retorno ou mesmo antes dele a empresa discute o que fazer, caso perdure a paralisação, tanto em Onça Puma quanto no Sossego.
O presidente do Sindicato Metabase Carajás, Raimundo Nonato “Macarrão” lamenta “o terrível nível de preocupação dos trabalhadores e seus familiares com o fantasma do desemprego e mesmo de condições mais precárias numa situação de suspensão de contrato de trabalho”, no entanto, que em reunião realizada nesta semana ficou acertado com a Vale, em discussão tanto com o Metabase Carajás quanto o Stieapa sobre medida como enfrentar este caos pela secretaria do Governo do Pará, que não prejudiquem milhares de trabalhadores diretos e de empreiteiras com processo de demissão em massa.
O sindicato orienta os trabalhadores que esperem o desenrolar do processo e, mesmo com o pânico gerado pela situação, não precipitem em qualquer atitude sobre a pressão psicológica em relação aos seus empregos.
Na próxima segunda-feira (27), haverá audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), que analisará a situação de Onça Puma, que foi intempestivamente interditada pela Semas com os mesmos argumentos aplicados sobre o Sossego. Mais uma vez, os sindicatos apelam para a sensibilidade do Governo do Pará e das instâncias judiciais para que se busque o entendimento que solucione o caos provocado pelas interdições e que se volte ao processo de produção com responsabilidade social e ambiental.
Macarrão ainda ressaltou que os trabalhadores das empreiteiras são representados por outro sindicato, no entanto, ele está em contato com outras diretorias sindicais na intenção de juntos acharem uma solução para que os trabalhadores não sejam prejudicados. “São 4 mil homens que vão parar. Isso prejudica a estabilidade da família, do comércio de Canaã e região, da rede imobiliária. Enfim, é um prejuízo em cadeia. O Governo do Pará tem que ter sensibilidade para com a classe trabalhadora”, finalizou o sindicalista.
Reportagem: Papo Carajás