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Bartolomeo: “Eliezer ficaria orgulhoso em ver a Vale pronta para o futuro”

O engenheiro Eduardo Bartolomeo tem algumas coisas em comum com Eliezer Batista, que vão além da profissão e do mesmo cargo que um dia o mineiro de Nova Era ocupou por duas vezes. O CEO da Vale, que está no posto desde 2019, também é um homem de logística e teve seu nome marcado por Carajás, idealizado e implementado por Eliezer. Antes de assumir a presidência da companhia, Bartolomeo liderou o projeto de duplicação da Estrada de Ferro Carajás e a ampliação do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA), que possibilitou à Vale aumentar a capacidade produtiva do Sistema Norte.

O fluminense de Volta Redonda também é um obstinado. Assumiu a companhia em seu momento mais crítico, após a tragédia de Brumadinho, e promoveu uma profunda transformação, tornando a Vale uma empresa muito mais segura, confiável e sustentável. Para isso, espelhou-se em Eliezer. “As suas lições me inspiraram a perseverar”, afirma o CEO. Perguntado sobre como seu antecessor veria a empresa hoje, Bartolomeo complementa: “Penso que dr. Eliezer ficaria muito orgulhoso em ver a Vale transformada e pronta para os desafios do futuro.”

Foi a logística que permitiu erguer o suntuoso altar desta catedral. A basílica só começou a sair do chão quando se compreendeu que a Vale não era apenas uma empresa de mineração”

— Eliezer Batista, ex-presidente da Vale

Qual é o legado de Eliezer Batista para a Vale?

Vale de hoje só existe graças ao dr. Eliezer Batista. Sobre Carajás, inaugurada em 1985, ele dizia que estava vivendo um sonho de olhos abertos. Sua obstinação de seguir em frente para transformar a “catedral”, como costumava chamar a Vale, em uma empresa global foi o seu principal legado. Ele conseguiu e nos ensinou a sonhar grande. Foi lá, nos anos 1960, que esse visionário lançou as bases da Vale moderna ao criar o inédito sistema que integrou mina, ferrovia, porto, navegação e vendas. Transformou, assim, uma pequena mineradora, que produzia cinco milhões de toneladas de minério de ferro por ano, em uma grande empresa capaz de atravessar o planeta e levar, com eficiência, nosso produto aos clientes japoneses, conquistando novos mercados. Mas, para isso, foi preciso construir a Unidade de Tubarão, um porto de águas profundas para receber navios de mais de 150 mil toneladas que ele próprio inventou. A parceria de longo prazo com os japoneses foi essencial. Construímos Tubarão, e os japoneses fizeram outros quatro portos para receber os grandes navios. E aí me lembro de uma frase genial dele: “Porto é como um tango, ninguém dança sozinho. Tem que ter um lá e outro cá”. Tubarão é hoje o segundo maior porto de exportação de minério de ferro do Brasil, perdendo apenas para o Terminal de Ponta da Madeira, em São Luís, também outra invenção do dr. Eliezer, responsável pelo escoamento da nossa produção de Carajás.

Por falar em Carajás, qual foi importância desse projeto para a globalização da companhia?

Carajás foi o grande salto da Vale, que a levou a conquistar, definitivamente, seu espaço entre as maiores companhias de mineração do mundo. Se Tubarão já não foi fácil de tirar do papel, imagine Carajás. Construir um projeto como aquele em plena Amazônia não deve ter sido fácil. E o mais importante: um projeto baseado no tripé econômico, social e ambiental. Foi a origem do que hoje chamamos de mineração sustentável e está refletida no nosso propósito de existir para melhorar a vida e transformar o futuro com todos. A Floresta Nacional de Carajás, que tem 400 mil hectares, foi uma decisão tomada por ele. Só em 1998, a Flona virou oficialmente uma unidade de conservação. Hoje, são seis unidades que formam o Mosaico de Carajás, uma área cinco vezes maior que a cidade de São Paulo e que está de pé graças à mineração. Nossas operações interferem em menos de 2% naquela região. Desenvolvemos lá um intenso trabalho de pesquisa da fauna e da flora amazônicas por meio do Instituto Tecnológico Vale, que é referência em análises moleculares da biodiversidade. O ITV já produziu 12 mil marcadores genéticos que ajudam a entender o ciclo de vida e reprodução de espécies da região, colaborando para a sua conservação. Temos ainda o Fundo Vale, responsável pela nossa meta florestal de recuperar e proteger 500 mil hectares até 2030 e que vem realizando um trabalho que já beneficiou 340 empreendimentos de impacto socioambiental, além das ações de saúde, educação e geração de renda promovidas pela Fundação Vale. Um fato interessante é lembrar ainda que a operação inaugurada por dr. Eliezer se concentrava na Serra Norte de Carajás. Em 2016, demos um passo importante ao iniciar a produção em S11D, nossa primeira mina de ferro localizada na Serra Sul, que foi batizada de Complexo S11D Eliezer Batista. Como na Serra Norte, seguimos os mesmos preceitos de sustentabilidade. O sistema de produção envolve escavadeiras elétricas, correias transportadoras e britadores móveis, que possibilitaram criar a usina de beneficiamento do minério de ferro fora da floresta. O beneficiamento, por sua vez, é feito a umidade natural, ou seja, sem uso de água e barragens. Estudos comparativos a uma mina convencional, que utiliza água no processo de mineração e onde predomina o uso de caminhões fora de estrada, apontaram que nossa mina na Serra Sul conseguiu reduzir em 95% o consumo de água, 73% a energia e 40% as emissões de gases do efeito estufa. O S11D ocupa menos de 0,5% da Flona de Carajás e é a nossa maior operação de minério de ferro, sendo fundamental para manter nossa posição entre os principais produtores mundiais do setor.

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